segunda-feira, janeiro 10, 2011

_ do tempo, e das contingências _



alquimia de pedras e incertezas, é sal e vinagre
na homilia das horas, a construir-me pelo avesso 
lavratura do tempo, em sua cor ferrugem e acre

milhas de letras dos dias escritas em meu rosto
que a vida com sua afiada adaga riscou com calma 
enquanto toca suas mãos rudes em meu corpo

a palavra é esta dor, chumbo derretendo-me
que atravessa impetuosa a moldura vazada da alma
e, todas as predestinações acontecendo-me 

submissa,levo os dias restantes neste precipício
sem qualquer pegada, sem marcas, sem lastros

o poema que escrevo, jamais termina
a inexorável finitude em cada verso rumina
revel de mim segue seu próprio rastro

 do tempo nenhuma unidade se apura, é ruptura incessante: 
- parei de viver o tempo, pratico instantes!

anadeabrãomerij
10.01.2010

2 comentários:

  1. Ana Merij,
    vim te visitar, depois de um bom tempo.
    Sabia que iria encontrar poesia de qualidade aqui.
    E não me enganei.
    Virei te ler mais vezes.
    Teu trabalho é muito bom.

    Abraço fraterno.

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  2. Fiquei maravilhado diante da surpresa de encontra algo tao gracioso.
    Parabéns!!!!!

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