_ no silêncio , a saudade habitada _
( poema para meu Pai)
existiu um tempo em que * a felicidade sentava-se todos os dias no peitoril da janela...* Jorge de Sena
na ramada de úmidos lírios
a casa suspira aromas de primaveras
como se de um cesto de frutas colhidas frescas
a pureza de infâncias derrama-se sobre a mesa
enquanto o tempo aprisiona a tua eternidade
semeio-te vento onde respira a nossa história
nos jardins, nas clareiras, nas azinhagas, no ar
assim, de ti me acerco com os olhos exaustos da luz
entre as esquinas da memoria a pastorar os silêncios
onde respiram asvelhas canções de ninar teus cansaços
como um poema ferido de amor sob o látego da insônia
assim, de ti me acerco nas madrugadas de ausências irremediáveis
pelos cantos desocupados onde procuro-te nesse vazio que nada preenche
como se a morrer-me em oferta consagrada
para atingir-te uma vez,outra vez, e mais outra
porque ainda caminhas:- por essa dor inacabável!
anadeabrãomerij

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