sexta-feira, dezembro 11, 2009


_ prédica _


{procura-se uma esperança, ainda que ínfima ...}



procuro-te agora...

como quem carece de provas e explicação.



por que nunca vi teu rosto, por que nunca soube de qual jugo nasceu o teu nome ?

poderia clamar-te água, rocha, quem sabe barro, responderias?



nas grutas da miséria, ou nas sedentas colinas de uma paz borrada de vermelho, o teu esconderijo?



o prêmio da serenidade, é para aqueles que permanecem mudos?



o sal da terra ensopado de sangue pede tréguas,o homem pede tréguas , a vida respira o derradeiro ar .

o mundo agoniza sob os escombros bíblicos de tua espada, em restos calcinados.



qual súplica conhece de tua clemência?

onde teus passos, qual o teu caminho?

que mapa percorrer para chegar a tua morada?



procuro teus profetas que outrora amarraram a minha fé nos salmos, no rosário, no missal romano, cujas letras sequer entendia.


preciso apaziguar meus mortos, e arrancar do coração dos vivos o ultimo estertor da violência .



preciso de um milagre .

preciso encontrar quem me ressuscite.



procuro-te agora,como se tuas mãos pudessem segurar as minhas.



por que não me respondes?



exaurida por essa busca insana , quase te perdôo: _ estou prestes!



anadeabrãomerij

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