
_ prédica _
{procura-se uma esperança, ainda que ínfima ...}
procuro-te agora...
como quem carece de provas e explicação.
por que nunca vi teu rosto, por que nunca soube de qual jugo nasceu o teu nome ?
poderia clamar-te água, rocha, quem sabe barro, responderias?
nas grutas da miséria, ou nas sedentas colinas de uma paz borrada de vermelho, o teu esconderijo?
o prêmio da serenidade, é para aqueles que permanecem mudos?
o sal da terra ensopado de sangue pede tréguas,o homem pede tréguas , a vida respira o derradeiro ar .
o mundo agoniza sob os escombros bíblicos de tua espada, em restos calcinados.
qual súplica conhece de tua clemência?
onde teus passos, qual o teu caminho?
que mapa percorrer para chegar a tua morada?
procuro teus profetas que outrora amarraram a minha fé nos salmos, no rosário, no missal romano, cujas letras sequer entendia.
preciso apaziguar meus mortos, e arrancar do coração dos vivos o ultimo estertor da violência .
preciso de um milagre .
preciso encontrar quem me ressuscite.
procuro-te agora,como se tuas mãos pudessem segurar as minhas.
por que não me respondes?
exaurida por essa busca insana , quase te perdôo: _ estou prestes!
anadeabrãomerij
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