
Alzheimer
nos fios do silêncio teus olhos tecem distâncias escuras
tuas mãos lentas tateiam caminhos de plenitudes nuas
nas agulhas do adeus vagas por lembranças só tuas
e da vida ...
essa continuidade de cal e pedra eterna
sem chão, sem marcas, sem margens, sem pegadas
onde tudo se esgarça
teu rosto é denúncia calada
e enterneces minha pressa de chegar
em rasgos fecundos
lacro a palavra sem vigília dentro da dor
onde o vazio não se afoga nunca
nanamerij
gostei muito
ResponderExcluirabraço
Júlio
Obrigada Júlio, espero volte sempre. Um beijo, nanamerij
ResponderExcluirMagnífica a tua captação do vazio indecifrável da demência. Não só Alzheimer, mas todas as demências. A perda da identidade dói mais em nós do que neles, que não se dão conta do que eram e de quem eram. É triste o esquecimento.
ResponderExcluirBeijo
Lilian , linda,
ResponderExcluirAcho que isso, capturar a dor deles em nós, para que menor esse tanto vazio , esse todo escuro para onde seguem seus passos . Bjs, Obrigada, nanamerij