segunda-feira, janeiro 25, 2010




Alzheimer

nos fios do silêncio teus olhos tecem distâncias escuras
tuas mãos lentas tateiam caminhos de plenitudes nuas
nas agulhas do adeus vagas por lembranças só tuas


e da vida ...
essa continuidade de cal e pedra eterna
sem chão, sem marcas, sem margens, sem pegadas
onde tudo se esgarça
teu rosto é denúncia calada

e enterneces minha pressa de chegar
em rasgos fecundos

lacro a palavra sem vigília dentro da dor
onde o vazio não se afoga nunca

nanamerij

4 comentários:

  1. Obrigada Júlio, espero volte sempre. Um beijo, nanamerij

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  2. Magnífica a tua captação do vazio indecifrável da demência. Não só Alzheimer, mas todas as demências. A perda da identidade dói mais em nós do que neles, que não se dão conta do que eram e de quem eram. É triste o esquecimento.
    Beijo

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  3. Lilian , linda,
    Acho que isso, capturar a dor deles em nós, para que menor esse tanto vazio , esse todo escuro para onde seguem seus passos . Bjs, Obrigada, nanamerij

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