segunda-feira, janeiro 25, 2010




_ opus poético _


a plena ressurreição da beleza inaugural

busco no fundo do mar,no oco do mundo

persigo-a dentre as alamedas do olimpo

e nos mais profundos abismos do inferno



a beleza ímpia dos amantes sepultados vivos *,

procuro-a entre os mortais,sem jamais ter visto

quero a que habita na pedra, na terra, no fogo,

no mangue, no sangue, nos sepulcros , no lixo



aquela que explode feito alquimia e mágica

nas mãos calejadas e sujas dos andarilhos





a beleza , dos temas agudos e improvisados

nos cantos dos grilos, ou nas gotas da chuva

caindo como extrema unção ao morrer da tarde

como se funeral sagrado de cigarras seresteiras






não a beleza conceitual das coisas possíveis

gravada nos rostos, nos corpos, nas gentes

pois que se esgota na epiderme da realidade



a que persiste no rastro do tempo
a que tem ranhuras , unhas e garras afiadas

aquela que arranha, que fere,que rasga :

_ o mel de minhas pupilas em lágrimas mornas



da beleza que busco , sabe o poeta:

- curador da memória!


nanamerij

4 comentários:

  1. ah, que beleza de poema, Amiga.

    Um grande abraço
    jorge vicente

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  2. A beleza que vem nos teus versos, Nana, toma a gente, nos fala e brinda conosco, entranha-se na pele como um aroma.
    Obrigada por esse poema, pelo blog lindo e bem cuidado, de um gosto raro em cada canto.
    Parabéns!

    beijos
    da Sonia

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  3. Sonia,
    Estou tão feliz pelas visitas que recebi.Agradeço de forma especial suas palavras sempre carinhosas no trato de minhas escritas, vindo de vc. , acredite é estímulo para seguir nesse caminho de sanidade e loucura da poesia.
    Um beijo querida, nana

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  4. Jorge Vicente,
    Receber vc. aqui, é mais que alegria, saber que gostou do poema é
    é um sentir-me quase no rol dos poetas que admiro, entre eles, você.
    Obrigada, Amigo. Um beijo,anamerij

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