_ ranhuras da vida _
[mãe, perdi meus carneiros...]
a dor , fratura-me é na almatritura meus passos e sem compassosigo entre pedras, tropeços e avessosa catar teu alfabeto nas filigranas dos diaspara escriturar nossa históriapor ti,perdida
minhas letras quedam na escuridão entre as fissuras da vida
minha palavra amordaçada pelos enigmas de tuas ausênciasvai e volta, prenhe das perdas e vazios que te ocupam
mãe perdi meus carneiros...sobrou-me somente, esse susto diante o branco das horasonde mãe, retidas as páginas das tuas memórias?
insone, nessa noite de velar teu sono, tudo que tenho cabe aqui:- no vento assombrando esses corredores mudos- nas tuas mãos esquecidas das cantigas de ninar- nos mistérios dos teus olhares plenos de nadas- nas ranhuras desse tempo voraz e traiçoeiro
mãe...ó mãe:_ [perdi meus carneiros!]
anadeabrãomerij
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