domingo, maio 09, 2010

fragmentos de um canto de amor


deixa que o silêncio...


amplo como uma campânula de flores secas


derrame sobre nós o esquecimento das horas


e faça florir a mudez na memória, 
como se cala

o enigma suspenso de cada estrela morta




tudo já se foi na poeira do tempo- sem respostas


do sonho infinito de outrora, como se fora outono


desfeito pelas mãos dos vendavais, cada fragmento


de nossa historia, deixa que o silêncio por compaixão


cuide de nossos restos e apague as nossas sobras




na soleira da vida nos perdemos


e perdidos ficamos por uma qualquer esquina


não é preciso dizer mais nada, uma palavra que seja




deixa que o silêncio nos desfaça, sem gritos ou espantos


suavemente, tão suavemente como o morrer de uma estrela



fica em mim,


uma insônia universal,sem identidade, sem rosto, sem nome


e no porão da alma :


- [a solidão de todos os homens]
anadeabrãomerij

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