sexta-feira, outubro 01, 2010

 _ rasuras _

[Robert Mapplethorpe, 1983]

na face rosada do dia esta palavra ecoa, fica doendo
ali,
nas folhagens de minhas mãos, onde o tempo retrocede

à distância,como se esfinge , a poesia muda se assemelha


as árvores tiram da terra suas úmidas certezas
e, centenas de  pares de dardos afiados em rubro
caem,a vazar o manuscrito das horas nos olhos do escuro

à distancia, qual albatroz, a poesia escorre no espaço


do outro lado da vida, um minuto de mil sóis se desata
agora sei, é o calendário oxidando as vontades do verbo
a doer  ao rés do corpo, nesta  manhã aberta aos insetos


um sino ao longe ferindo minha queda pela linha do horizonte
todas as palavras a lamber o espaço nas veias do  passado dos versos
fica doendo em cada esquina da alma, entre os seus vãos mais profundos

e, é tudo!

anadeabrãomerij

3 comentários:

  1. Nana, querida:
    Quantas saudades de suas poesias. Ainda bem que voltou, sua escrita é essencial para minhas leituras. Como sempre ,um poema de querer ter escrito.
    O blog está a sua cara, bonito,elegante, esguio! É charme puro: como vc.
    Beijos, minha amiga liiiiinda!
    Eunice Fraga-RJ

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  2. Olá Ana, que bela surpresa o seu convite para cá ter. Conteúdo interessante, aspecto atraente. Um abraço

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