no 
livro de rezas guardei centenas de pecados e exauridos vícios
como o 
velho e cansado rio que atravessa as ruas de minha infância
dentro 
de suas orações pálidas uma flor de malva e um lenço, ainda úmido:
- restos das lagrimas, pelo esguelhar de anjos tortos, nunca vistos 
 
está 
morto o livro de rezas, em cima da mesa, em esperas de sepulcro
dele 
saltam mil fantasmas que nunca velei, almas das minhas certezas
se  a fé retornar  nas vozes do jardim, na tez das janelas, nos 
olhares do casa
ressuscito-me no  credo , resgato meu Jesus Cristinho,faço preces 
na catedral
rogo 
sossego das dores,suplico amparo e perdão,benzo-me  com a água sacra 
crio 
asas,vôo -me borboleta,pinto um azul irremediável , escrevo um 
madrigal
[a nossa miséria só a nós nos diz, aos demais ,nem manchete de 
jornal!]
                                                 
anadeabrãomerij
30/12/2010
 
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