terça-feira, janeiro 04, 2011

_  nó górdio _


no livro de rezas guardei centenas de pecados e exauridos vícios
como o velho e cansado rio que atravessa as ruas de minha infância
dentro de suas orações pálidas uma flor de malva e um lenço, ainda úmido:
- restos das lagrimas, pelo esguelhar de anjos tortos, nunca vistos

está morto o livro de rezas, em cima da mesa, em esperas de sepulcro
dele saltam mil fantasmas que nunca velei, almas das minhas certezas

se  a fé retornar  nas vozes do jardim, na tez das janelas, nos olhares do casa
ressuscito-me no  credo , resgato meu Jesus Cristinho,faço preces na catedral
rogo sossego das dores,suplico amparo e perdão,benzo-me  com a água sacra
crio asas,vôo -me borboleta,pinto um azul irremediável , escrevo um madrigal

[a nossa miséria só a nós nos diz, aos demais ,nem manchete de jornal!]
                                                 
anadeabrãomerij
30/12/2010


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