sábado, fevereiro 20, 2010

permanências






há quem nasceu beira rio


há quem nasceu beira mar






eu nasci beira trilhos


ficou no lado esquerdo do peito


carvão, fumaça, apitos






há quem nasceu nos planaltos


há quem nasceu nas campinas






eu nasci entre montanhas


ficou esse débito com horizontes


no amarelo de minhas retinas






por isso esse jeito de lágrimas e fervor


a suspirar partidas, a mastigar adeus


entre as palavras que soluçam nos dedos


e nos lábios os ecos-saudades dos beijos de amor






ficou em minha voz o clamor perene


balançando os ventos da memória entre os dormentes


de quem vai, de quem vem:


_ plasmado na plataforma devotada da estação do trem!






anadeabrãomerij
18/02/2010

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