
[Chagall]
_ sozinhez é o ventre do mundo _
no ossuário da paixão
nasce o poema como argamassa
molhando meus passos como se orvalho soturno
molha as palmas das palavras
molha as pálpebras da escrita
molha-me....
como se fora chuva ao girassol
da morte da semente
nasce o poema em sua lápide
olhando meus olhos em canto fúnebre
vagarosamente, como quem tem algo nas mãos
e já não tem nada
dos escombros do horizonte
nasce o poema vacilante entre pedras e imagens gastas
tocando minha escrita com a lucidez de quem sabe ao caos
silenciosamente, como quem tem soluços na alma
e já não tem voz
queda-me assim esse poema sem bandeiras
volátil, porque tudo se desfaz na garganta do efêmero
eu cavo, eu rezo, eu fio
em seu caminho desmembrado do que ainda é talvez
em réquiem, eu fuso:
[-uma linguagem outra, que mora na sozinhez do mundo]
anadeabrãomerij
De minha parte, sabendo que essa sozinhez é apenas poética,dou as caras por aqui.
ResponderExcluirMeio oculto, para não enfera o que é perfeito.
Abraços,
Antonio Adriano de Medeiros
Obrigada Adriano, vc. por aqui, é e será sempre um prazer. Volte, as portas sempre abertas para os amigos nem carece de bater, só entrar.
ResponderExcluirBjs,nanamerij