quinta-feira, novembro 11, 2010

_ até a próxima encarnação _

no peito o verbo engasgado, um tapa na cara, a alma pálida
um poema  intoxicado a curvar-se para vomitar mentiras  gastas
para cuspir verdades mofadas,nos templos , nas tribunas, nas casas
debaixo da cruz,  das togas, dos tapetes, a sete chaves  lacradas

chagas  do dia antes de hoje, e do dia que será,herança amarga
como se , espinha de peixe a atravessar as gargantas das letras
sorvo, a qualquer semelhança dos justos,  meu total  desespero
e, uma palavra rubra e  afiada  dilacera -me página por página

assim que:
tantas vezes morri,
pelos estampidos dos vazios das pessoas
tantas vezes ressurgi,
em meio a multidão de ausências redentoras

por tal,
sou  esta falta de jeito,este verso com defeito
sem rotas, sem bússolas, sem direção
sou esta poesia a suspirar pela hora da morte :
                                        - até a próxima encarnação!

 [porém, dói!]
anadeabrãomerij

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