sábado, outubro 16, 2010

_ o que não tem resposta...sangra _
         لم يرد عليها

era uma vez um lar, meu deus
primeiro o desespero do susto, o miolo da alma a se esgarçar
depois a imensa crueldade do vazio de quando se perde tudo

era uma vez ,ó  pai
teus abraços largos ,teu remanso,teus passos
a melodia do teu chaveiro assobiando alegrias
a inocência menina na vertigem das folhagens
a poesia declamando o verbo dos nossos dias

era uma vez uma casa , meu deus
noites inteiras para adormecer sonhos em  azuis
dias assanhados vestidos em vermelhos e vessis
desenhados nas janelas,nos corredores,no pomar
  
todas as respostas sobre o linho,na sala de jantar

era uma vez...meu deus

sobrou esta dor cravada na vida,esta pergunta que não cala
_ mais nada!
anadeabrãomerij

2 comentários:

  1. Começo por destacar a beleza da epígrafe do poema:
    «o que não tem resposta...sangra»
    Depois um poema memorialista (imagino)... faz o que tem de fazer, segue a emoção mergulhando na memória!
    O que dá? Dá muito, mostra... o miolo da alma, a recordação do barulho das chaves, até «mais nada!» com a intensidade e força pedida por "esgarçar". Fica-me a curiosidade em "vessis"? Ana, do que se trata?
    Um poema muito mais denso que a breve resenha neste comentário diz do que julguei ler... deixando as raspas dum juízo mais que sumário ao qual julgo dever acrescentar a apreciação: gostei. Beijos

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  2. Obrigada Francisco, pela leitura , e exata resenha de meu poema.
    Vessi, meu bom Amigo, é um tom de verde que acalma e serena.
    Bjs,ana

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